PROFETA DIÁRIO

          A história do Profeta Diário começa em uma época anterior a criação do que os humanos chamam de Pensa e do susposto primeiro livro feito por tal traquitana. No Mundo Bruxo, como todo o bom aluno bem aprendeu, as letras são grafadas uma a uma por magia em um papel préviamente encantado. Este procedimento começou a ser realizado muitos anos antes do trouxa Gutenberg, a quem é atribuída a sua criação. Para ser sincero, o rapaz alemão teve apenas a brilhante ideia de criar sua invenção que carimbava letras em um papel com tinta após entrar em contato por acaso com uma das primeiras edições do Antigo Profeta Diário. 

 

          O verdadeiro e único inventor do Jornal como vemos hoje é Albric Longfeather, ou como todos costumam o conhecer, Aldric, o Profeta. Este homem, bruxo e de uma família bem respeitada teve uma ideia visionária, a de transmitir os acontecimentos do seu mundo a todos que não estavam ali no momento para ver. Aldric passava os dias sozinho em sua casa no Centro de Londres e se ocupava por observar da janela tudo o que acontecia. O jovem tinha o costume de anotar e depois organizar todas as informações. Por ser observador, acabava por juntar algumas peças e prever o comportamento de seus vizinhos, ou descobrir segredos. Por estes atos ficou conhecido pela alcunha de "Profeta".

 

          Os hábitos de Aldric se transformaram em profissão, pois no pouco tempo em que sua fama se expandiu muitos pais e maridos procuravam o menino e o pagavam para obter informações importantes sobre suas filhas e esposas. Os negócios do Profeta pareciam decolar meteoricamente e com a mesma força o jovem criava inimigos e desavenças. Lutando contra muitas vozes contrárias, inclusive da própria família, Aldric comprou uma loja no Beco Diagonal e fundou o chamado "O Profeta Diário", uma publicação diária dos fatos mais importantes de Londres. Neste instante ele contava já com mais de uma dezena de repórteres, os assim chamados que andavam por aí ouvindo e vendo tudo que acontecia.

 

          O Profeta Diário se tornou o primeiro jornal a circular por Londres e a fama de Aldric se espalhou por toda a Europa Bruxa. O rapaz tinha tudo para ser um futuro milionário e condecorado, porém em uma noite de embriaguez encontrou o seu destino ao incomodar um brutamontes ao insinuar informações "quentes" sobre a esposa do algoz. O fim de Aldric veio de um jorro esverdeado da ponta da varinha do marido traído que foi condenado a uma prisão eterna na recém construída Azkaban. 

 

          O jornal ficou na posse de seu sócio e melhor amigo e até hoje prospera com publicações diárias e se orgulha de nunca ter parado de produzir novas edições, desde a data em que foi fundada.A memória de Aldric, o Profeta ainda está guardada na mente de todos os bruxos, e ainda é estampada no nome imponente deste grande Jornal.